INDICADORES DE EFICÁCIA E EFETIVIDADE
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados à componente "Produção Sustentável" (1) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Os principais indicadores pactuados para o monitoramento deste objetivo foram:
Efeito direto 1.1 - Atividades econômicas de uso sustentável da floresta e da biodiversidade desenvolvidas nas TIs e RESEXs apoiadas.
Indicadores de efetividade
- Receita com a atividade econômica de uso sustentável apoiada pelo projeto (produtos in natura)
Meta: R$ 1.012.700,00 | Resultado alcançado: R$ 5.834.983,64
- Receita com a atividade econômica de uso sustentável apoiada pelo projeto (produtos beneficiados)
Meta: R$ 240.000 | Resultado alcançado: R$ 627.631,83
- Área de floresta diretamente manejada
Meta: 170.000 hectares | Resultado alcançado: 131.553 hectares
A meta inicial foi superestimada por ter sido calculada com base em mapeamentos que não correspondiam à realidade da região. Além disso, muitas áreas de cultura do açaí, castanha e borracha estão sobrepostas, o que não havia sido considerado quando da estimativa das metas do projeto.
- N˚ de organizações comunitárias fortalecidas
Meta: 6 | Resultado alcançado: 6
- N° total de indivíduos capacitados para a prática de atividades econômicas sustentáveis efetivamente utilizando os conhecimentos adquiridos, discriminados por: Meta: (i) 900 indivíduos; (ii) 315 mulheres; (iii) 567 indígenas | Resultado alcançado: i) 1979 total ii) 582 mulheres iii) 185 indígenas
A capacitação dos indígenas foi reduzida devido à pandemia e à consequente restrição de acesso às áreas indígenas, que tiveram sua proteção reforçada pela FUNAI.
Indicadores de eficácia
- Número de castanhais nativos explorados e com a manutenção apoiada pelo projeto
Meta: 100 | Resultado alcançado: 259
- Área de manejo de açaí com suas atividades apoiadas pelo projeto
Meta: 4000 | Resultado alcançado: 11.276
- Número de seringais explorados com o apoio do projeto
Meta: 60 | Resultado alcançado: 125
- Número de infraestruturas de armazenamento construídas e reformadas
Meta: 15 | Resultado alcançado: 13
- Número de participações em eventos de discussão para os produtos da sociobiodiversidade promovidos por redes de discussões amazônicas Meta: 6 | Resultado alcançado: 32
- Volume de castanha comercializada por meio de novos canais (em toneladas)
Meta: 60 | Resultado alcançado: 60
- N° de oficinas e cursos de capacitação realizados
Meta: 14 | Resultado alcançado: 10
- Número de indivíduos participando de intercâmbios de experiências de cadeias de produtos da sociobiodiversidade na Amazônia
Meta: 120 | Resultado alcançado: 62
ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
No apoio à comercialização, destaca-se os contratos firmados com empresas como a VERT/VEJA, da França, e a OSKLEN. Além da SAVE SHOES e a MERCUR que também demonstraram interesse na parceria.
O Pacto passou a participar de diversos fóruns de discussão como a Câmara Setorial do Agroextrativismo e a Rede Origens Brasil, além de terem apoiado a atualização da lei do Plano de Aquisição de Alimentos estadual, possibilitando a inclusão das associações nos editais. Os representantes do Pacto estão também inseridos no Observatório da Castanha (OCA) e participaram da maior feira de produtos alimentícios da América Latina a AnuFOOD Brasil.
Foram realizadas articulações e parcerias com diversas instituições tais como:
ICMBio; FUNAI; a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM/RO; Embrapa; IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil; Imaflora
(Rede Origens); e a WWF-Brasil.
RISCOS E LIÇÕES APRENDIDAS
O projeto possibilitou diversos aprendizados tanto no aspecto da gestão e execução, como na prática, no dia a dia das comunidades e aldeias.
No mapeamento dos castanhais, o cadastro revelou que 47% dos castanheiros são mulheres, destacando seu papel fundamental nas cadeias produtivas da floresta e a importância de considerá-las em projetos de bioeconomia. Observou-se também que o uso de tecnologia e inovação, como celulares e drones, atraiu a participação dos jovens, resultando em 100% de engajamento desse público nas atividades.
Os barracões das áreas foram construídos com estrutura metálica e possuem captação de água da chuva. Essa estratégia foi fundamental para evitar o uso de madeiras da Amazônia, aumentar a durabilidade e vida útil do barracão e evitar a deterioração por insetos como o cupim.
Um dos maiores desafios no escoamento da produção dos produtos da floresta é a manutenção dos meios de transporte, que pode chegar a custar o mesmo valor da aquisição de um novo.
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
O principal benefício do projeto foi incentivar a população das Terras Indígenas (TIs) Igarapé Lourdes e Rio Branco e das Reservas Extrativistas Rio Cautário e Rio Ouro Preto a acreditar na viabilidade de gerar renda a partir da floresta em pé. Esse resultado fortaleceu o envolvimento das comunidades nas atividades extrativistas, promovendo maior segurança para a manutenção e conservação das florestas.
O projeto proporcionou um aprimoramento das cadeias produtivas, regularização dos produtores, qualidade no armazenamento e boas práticas de manejo, e o acesso a compradores que valorizam a floresta e pagam um preço mais justo. Como resultados positivos, podem ser citados resultados como (i) a formação de pessoal; (ii) o fortalecimento dos extrativistas e suas comunidades; (iii) a estruturação de atividades de articulação comercial e trabalho em redes institucionais, o que culminou na obtenção de receitas de vendas dos produtos muito acima do previsto inicialmente, especialmente no caso da borracha e da castanha, contribuindo para tornar mais viável a manutenção da floresta em pé.
Toda essa mudança na mentalidade só foi possível porque houve apoio constante, diálogo e capacitação, no manejo, no armazenamento, na comercialização e na gestão dos seus negócios. Quatro pilares são primordiais para garantir a sustentabilidade das atividades extrativistas: i) apoio no manejo e na melhoria da qualidade produtiva, ii) implementação de estrutura física, iii) agregação de valor e mercado e iv) fortalecimento/aprimoramento na gestão.
Contudo, há riscos (internos e externos) reais que rodeiam essas áreas protegidas e ameaçam diariamente a continuidade desse processo de mudança, como: o retorno da extração madeireira e desmatamento nas áreas; a falta de mercado seguro para os produtos extrativistas e de preço justo para os produtos; a rotatividade na gestão das organizações comunitárias e; o avanço da monocultura de soja, arroz e outros na região.