ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
A coordenação da pesquisa ficou a cargo da equipe do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca da UFPA, que trabalhou em conjunto com outros grupos dessa Universidade, potencializando a produção científica. Dentre as equipes parceiras, merecem destaque as seguintes: Curso de Geografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação e Ciências e Meio Ambiente, Instituto de Estudos Costeiros, Faculdade de Ciências Biológicas e Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, os dois últimos do Campus de Bragança da UFPA.
A execução do projeto envolveu na média 15 pesquisadores fixados na região. A UFPA conta com 4.865 funcionários, entre professores, pesquisadores e demais funcionários (2015), dos quais 52% do gênero feminino. Do total de indivíduos que exercem função de coordenação na UFPA, 50% são mulheres. Por sua vez, a FADESP, fundação de apoio responsável pela gestão financeira do projeto, conta com 88 (2015) funcionários, dos quais 56% são do gênero feminino, sendo que 73% das funções de coordenação são ocupadas por mulheres.
INDICADORES DE RESULTADOS E IMPACTOS
As atividades do projeto contribuíram para os resultados da componente “desenvolvimento científico e tecnológico” (4) do quadro lógico do Fundo Amazônia.
Objetivo específico 4.1: Conhecimentos e tecnologias sobre ecologia aquática e pesca voltados para o uso sustentável do bioma Amazônia produzidos e difundidos
Objetivo específico 4.3: Conhecimentos socioeconômicos e ambientais e tecnologias voltados para o ordenamento territorial em escala local nas principais ilhas do entorno da cidade de Belém (PA) produzidos e difundidos
Os principais indicadores do projeto são listados abaixo:
- Número de novos produtos ou processos tecnológicos voltados para a gestão territorial desenvolvidos (indicador de produto)
Os dados coletados na pesquisa geraram cinco mapas de prioridades relativos às quatro ilhas abrangidas pelo projeto. Esses mapas apontaram, entre outros, a distribuição das atividades antrópicas nas ilhas, bem como a identificação e o tamanho das áreas degradadas; o bom estado de conservação dos canais das ilhas ou “igarapés”; e a elevada importância ambiental desses ambientes para a manutenção da fauna aquática.
Os mapas resultantes da pesquisa foram apresentados pela coordenação do projeto nas discussões promovidas pelo Ministério Público do Estado do Pará sobre o pleito da Colônia dos Pescadores da Baia do Sol (Ilha de Mosqueiro) referente à implantação do seguro defeso (benefício pago ao pescador artesanal que fica proibido de exercer a atividade pesqueira durante o período de proibição de pesca de alguma espécie).
- Número de publicações pedagógicas ou informativas (indicadores de produto)
Foi elaborada uma cartilha que teve como objetivo sumarizar os resultados dos estudos realizados durante a execução do projeto e apresentá-los de forma acessível e didática à população da região de estudo, bem como ser um instrumento de divulgação a todos aqueles que se interessam pela preservação ambiental. Foram distribuídos cerca de 1.000 exemplares dessa cartilha.
- Número de participações em eventos integradores (seminários e fóruns) objetivando divulgar os conhecimentos produzidos (indicadores de produto)
A equipe do projeto participou de dois eventos para divulgação dos conhecimentos do projeto, a saber: o XXI Encontro Brasileiro de Ictiologia (Recife – PE, 01 a 06 de fevereiro de 2015) e o 55° Encontro da “Estuarine Coastal Sciences Association” (Londres – Inglaterra, 06 a 09 de setembro de 2015).
- Número de teses e artigos científicos voltados para a gestão territorial e para o uso sustentável do Bioma Amazônia publicados (indicador de impacto)
Como resultado da pesquisa foram produzidas duas dissertações de mestrado, dois trabalhos de iniciação científica e publicado um artigo em periódico, bem como há uma dissertação de mestrado ainda em elaboração. Dessa forma, além dos conhecimentos produzidos, o projeto contribuiu para a consolidação do primeiro programa de mestrado e doutorado em ecologia do Estado do Pará, formando recursos humanos qualificados para atuação na região amazônica.
Considerando o desenvolvimento de novos conhecimentos sobre aspectos socioeconômicos e ambientais nas quatro ilhas abrangidas pelo projeto, a construção de instalações ampliadas do Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo de Recursos Aquáticos, a difusão dos conhecimentos adquiridos, os primeiros impactos na discussão de políticas públicas e estudos acadêmicos produzidos em decorrência da pesquisa, pode-se concluir que o projeto atingiu os seus objetivos.
LIÇÕES APRENDIDAS
A principal lição aprendida foi a importância de incorporar ao projeto o apoio de agentes locais, tais como agentes comunitários e representantes de associações. Esse apoio se mostrou imprescindível para o envolvimento da comunidade ribeirinha na pesquisa e na posterior divulgação dos seus resultados. Ficou a cargo dos agentes comunitários estabelecer os dias e horários das reuniões entre a população ribeirinha e os pesquisadores, uma vez que conhecem o cotidiano local, garantindo a audiência nas reuniões. A proximidade com a população local garantiu, por exemplo, que se realizassem reuniões em locais como a Escola Municipal da Ilha das Onças, um dos poucos locais da ilha com energia elétrica, e na Sede da Colônia de Pescadores da Ilha de Mosqueiro.
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
O projeto gerou subsídios para o planejamento e zoneamento das ilhas do entorno da cidade de Belém, no estuário amazônico, indicando quais áreas devem ser consideradas prioritárias para conservação e para políticas de desenvolvimento social. Futuros desdobramentos decorrentes dos resultados da pesquisa apoiada dependem da aplicação dos conhecimentos produzidos pelos órgãos públicos competentes e da capacidade de mobilização da população local, que participou da pesquisa e teve acesso aos seus resultados.
Adicionalmente, os conhecimentos gerados pelo projeto, de natureza socioeconômica, ambiental e biológica, poderão ser utilizados em outras pesquisas em diversas áreas do conhecimento, assim como a metodologia utilizada no projeto, baseada na análise multicriterial, poderá vir a ser replicada em projetos semelhantes na região Amazônica.
Por fim, o Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo de Recursos Aquáticos da UFPA, ampliado e equipado pelo projeto, já vem sendo utilizado em diversas linhas de pesquisa da UFPA e esperase que venha a desenvolver novos produtos e processos tecnológicos voltados ao uso sustentável do bioma Amazônia.