INDICADORES DE EFICÁCIA E EFETIVIDADE
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados às componentes “produção sustentável” (1) e “ordenamento territorial” (3) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Os principais indicadores pactuados para o monitoramento destes objetivos foram:
Indicadores Gerais:
- Nº total de indígenas diretamente beneficiados pelas atividades apoiadas pelo projeto
Meta: 2.179| Total alcançado: 2.179, sendo 1.154 mulheres
Efeito Direto (1.1): atividades econômicas de uso sustentável da biodiversidade identificadas e desenvolvidas.
Indicadores de Eficácia:
- Nº de visitas de assistência técnica realizadas
Meta: 84 | Total alcançado: 83
Esta meta não foi superada devido ao período de isolamento social ocasionado pela pandemia do covid-19.
Indicadores de Efetividade:
- Receita gerada com atividades econômicas de uso sustentável (produtos in natura – Castanha)
Meta: 240.000,00 | Total alcançado: 1.910.653,50
- Volume de produção in natura gerado com atividades econômicas de uso sustentável (produtos in natura – Castanha)
Meta: 104.000 kg | Total alcançado: 780.115 kg
Efeito Direto (1.2): cadeias dos produtos florestais com valor agregado ampliado
Indicadores de Eficácia:
- Nº de estruturas para artesanato e beneficiamento de produtos agroextrativistas implantadas
Meta: 18 | Total alcançado: 41
Indicadores de Efetividade:
- Receita gerada com produtos beneficiados (artesanato)
Meta: 10.000,00 | Total alcançado: 4.250,00
- Volume de produto beneficiado gerado (artesanato) – crescimento da produção
Meta: 10% a.a. | Total alcançado: 5%
Efeito Direto (1.3): capacidade gerencial e técnica ampliadas para manejo florestal, beneficiamento de produtos agroextrativistas e produção de mudas.
Indicadores de Eficácia:
- Nº de indígenas capacitados em recuperação de áreas degradadas, gestão de recursos hídricos e sistemas agroflorestais (SAFs)
Meta: 40 | Total alcançado: 73
- Nº de eventos de intercâmbio de técnicas de produção agroflorestal e agroextrativista
Meta: 4 | Total alcançado: 4
Indicadores de Efetividade:
- Nº de indígenas capacitados em recuperação de áreas degradas e produção sustentável efetivamente utilizando os conhecimentos adquiridos
Meta: 40 | Total alcançado: 73
Efeito Direto (1.4): áreas degradadas e desmatadas recuperadas e utilizadas para fins econômicos e de conservação ecológica.
Indicadores de Eficácia:
- Nº de bancos de sementes implantados
Meta: 3 | Total alcançado: 2
- Nº de viveiros implantados
Meta: 3 | Total alcançado: 2
- Área recuperada por meio de SAFs (ha)
Meta: 4,8 ha | Total alcançado: 50,55 ha
Indicadores de Efetividade:
- Área recuperada por meio de SAFs (com + de 2 anos de recuperação)
Meta: 4,8 ha | Total alcançado: 50,55 ha
- Extensão das TIs sob proteção e vigilância comunitária (km²)
Meta: 1.007.000 ha| Total alcançado: 1.007.000 ha
Efeito direto 3.1 – Sete TIs das bacias dos Rios Purus e Madeira protegidas territorialmente
Indicadores de Eficácia:
- Nº de indígenas capacitados em vigilância territorial
Meta: 70 | Total alcançado: 73
- Nº de indígenas capacitados em sistemas de informações geográficas
Meta: 12 | Total alcançado: 73
- Nº de sistemas de SIG para vigilância territorial implantados
Meta: 6 | Total alcançado: 6
- Nº de expedições de vigilância realizadas nas TIs
Meta: 21 | Total alcançado: 43
Indicadores de Efetividade:
- Extensão de Tis sob proteção e vigilância comunitária (ha)
Meta: 1.007.000 ha | Total alcançado: 1.007.000 ha
- Nº de indígenas participando da vigilância e monitoramento territorial nas TIs
Meta: 70 | Total alcançado: 73
Efeito Direto 3.2 : TI Igarapé Preto com gestão territorial e ambiental definida
Indicadores de Eficácia:
- Extensão de terras indígenas com gestão ambiental e territorial definida (km²) - TI Tenharim do Igarapé Preto
Meta: 87.413 ha | Total alcançado: 87.413 ha
Indicadores de Efetividade:
Vide Efeito Direto 3.1
ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
A presença dos técnicos de campo nos municípios de Lábrea, Humaitá, Pauini e Boca do Acre proporcionou o fortalecimento da relação entre o IEB e as organizações indígenas parceiras. Cabe destacar também a promoção, com o apoio da Marinha brasileira, de um curso de formação e habilitação náutica para 28 indígenas, habilitando-os a pilotarem com autonomia e profissionalismo suas próprias embarcações adquiridas com recursos do projeto.
A partir do estabelecimento da equipe de campo no sul do amazonas, a instituição adaptou todo o fluxo de solicitação e aprovação dos pagamentos, aperfeiçoando seus processos administrativos e financeiros, e o controle patrimonial, a partir das aquisições realizadas pelo projeto. A contratação de um gestor financeiro específico proporcionou o acompanhamento mais sistemático do orçamento do projeto e da organização na sua totalidade. Esta experiência foi exitosa e hoje no IEB cada programa tem um gestor financeiro responsável pelo acompanhamento dos projetos, garantindo maior eficiência na execução e diálogo entre as áreas finalística e financeira.
Outro avanço importante foi a infraestrutura que o projeto apoiou nos territórios, como barcos, computadores, celulares, estruturas de armazenamento de castanha, dentre outras, que são fundamentais para a garantia da gestão dos territórios pelas comunidades.
RISCOS E LIÇÕES APRENDIDAS
A contratação de uma equipe de campo atuante diretamente nos municípios permitiu maior agilidade na implementação das ações e diálogo com as associações e territórios indígenas. Este ponto foi fundamental para enfrentar os desafios de logística da região, que depende da sazonalidade e regime de chuvas para chegar nas comunidades e territórios.
Um outro desafio enfrentado foi a pandemia ocasionada pela Covid-19, que prejudicou as atividades em campo. Em conjunto com as associações parceiras foram desenvolvidas novas formas de garantir a execução das atividades, mantendo entregas nos territórios e a realização de ações a partir do protagonismo das comunidades, das associações e dos AAIs formados pelo projeto.
A parceria com a Funai, estabelecida a partir de um acordo de cooperação técnica, propiciou a integração com as unidades regionais descentralizadas do órgão para implementação das ações, entretanto a partir de 2019 essa parceria foi abalada por conta do contexto político.
Outra lição aprendida foi a importância de combinar projetos distintos para alcançar um resultado mais significativo, como o projeto “Nossa Terra”, apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A falta de implementação da PNGATI pelo governo federal entre 2019 e 2022 expôs o risco que se corre em caso de descontinuidade na execução de políticas públicas, o que se refletiu também na ausência de novos editais pelo próprio Fundo Amazônia para dar continuidade à consolidação da gestão territorial indígena na região.
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
As associações indígenas parceiras aumentaram sua capacidade de acessar diretamente fundos e projetos próprios, a partir do fortalecimento institucional implementado pelo projeto.
O projeto propiciou a formação de uma rede de Agentes Ambientais Indígenas que implementaram excursões de vigilância territorial e ferramentas de monitoramento do território com a elaboração de mapas georreferenciados pelos próprios indígenas capacitados. O projeto deixa como legado uma rede de 73 AAIs preparados para atuar na gestão de seus territórios e deixa como desafio permanente consolidar uma rede de proteção no Sul do Amazonas.